O Congresso Nacional francês está prestes a regulamentar a união homoafetiva na França e isso significa um reconhecimento a história de um país que se destaca por seus grandes rompimentos paradigmáticos. O próprio presidente François Hollande disse que se trata de uma justiça a comunidade gay da França.
Pois bem, a França é um país peculiar e com uma cultura deveras interessante, porém, as vezes, contraditório. No caso da união homoafetiva, a França está caminhando rapidamente para a regulamentação, mas Paris foi capaz de colocar 340 mil pessoas na rua (com ajuda da Igreja Católica) para protestar contra essa lei que, segundo o Cardeal da capital francesa, é contra a família e um abuso de laicidade.
Ora, Estado e religião foram separados há muito tempo, assim tais essas manifestações da Igreja Católica são absolutamente desrespeitosas ao Estado Francês, embora o direito de manifestação religiosa seja permitido na França. O direito de manifestação tem limites e não pode ir contra a Constituição Francesa que separou a Igreja do Estado no início do século XX. A interferência da igreja por meio da fé é baixa e absolutamente repugnante.
Por isso, torna-se urgente uma resposta firme do Estado Francês e que tal resposta seja a regulamentação das uniões homoafetivas. A contradição ocorrida na França é curiosa e só demonstra que a regulamentação da união homoafetiva é apenas um pequeno passo para o efetivo reconhecimento e emancipação dessas novas famílias.
Fabricio Maia
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