O cardeal de Berlim, Rainer Maria Woelki (foto), disse numa importante
conferência católica na Alemanha, o Katholikentag que
os relacionamentos de pessoas do mesmo sexo devem ser tratados de forma igual
aos dos casais heterossexuais.
A análise é de Francis DeBernardo, publicada no sítio daNew Ways
Ministry. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Um artigo publicado no
sítio The Local, uma agência de notícias em inglês da Alemanha,
noticia:
“Ele disse a uma multidão
na quinta-feira, 17, que a Igreja deveria ver, a longo prazo, as relações
homossexuais fiéis assim como fazem com as heterossexuais. ‘Quando dois homossexuais
assumem a responsabilidade um pelo outro, se eles se relacionam uns com os
outros de uma forma fiel e a longo prazo, então você tem que ver isso da mesma
forma como as relações heterossexuais’, disse Woelki a uma
multidão estupefata, de acordo com uma notícia do jornal Tagesspiegel.
“Woekli reconheceu
que a Igreja vê o relacionamento entre um homem e uma mulher como base para a
criação, mas acrescentou que é hora de pensar mais sobre a atitude da Igreja
com respeito às relações do mesmo sexo”.
Falando na 98º
Katholikentag, uma conferência que reuniu 60 mil católicos em Mannheim, Woelki se
juntou a um crescente coro de vozes episcopais que estão clamando por uma
mudança na recusa tradicionalmente absolutista da hierarquia a reconhecer a
bondade moral das relações lésbicas e gays.
Em dezembro passado, o
arcebispo Vincent Nichols, de Londres, ganhou as
manchetes ao apoiar as uniões civis para casais de lésbicas e gays no Reino
Unido. Naquele mesmo mês, o padre Frank Brennan, jesuíta
estudioso de Direito na Austrália, também pediu o reconhecimento
similar para os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. Em janeiro, Dom
Paolo Urso, bispo de Ragusa, Itália, também pediu o
reconhecimento das uniões civis em seu país.
O mês de março de 2012
assistiu a uma explosão de questionamentos de prelados à proibição da
hierarquia acerca da igualdade do casamento. No 7º Simpósio Nacional da
New Ways Ministry, Dom Geoffrey
Robinson,
bispo australiano, pediu um total re-exame da ética sexual católica para
permitir, dentre outras coisas, a aprovação moral dos relacionamentos entre
pessoas do mesmo sexo. A diocese de Manchester, em New
Hampshire, apoiou um projeto de lei que legaliza as uniões civis (embora
como uma medida paliativa para evitar a igualdade do casamento).
Dom Richard Malone, bispo de Portland, Maine,
anunciou que a diocese não assumiria um papel ativo na oposição do próximo
referendo do Estado sobre a igualdade do casamento, como havia feito em 2009.
Na Itália, o cardeal Carlo Maria Martini, de Milão,
afirmou em seu livro Credere e Conoscere (Crer e conhecer), que “eu não
compartilho as posições daqueles que, na Igreja, criticam as uniões civis”.
Embora a oposição à
igualdade do casamento por parte da hierarquia, especialmente nos EUA,
ainda seja grande e forte, é significativo que essas recentes declarações
estejam todas desenvolvendo um tema similar de ao menos algum reconhecimento do
valor intrínseco das relações lésbicas e gays, assim como da necessidade de
proteção civil a elas. Que essa tendência continue e cresça.
*Fonte:
UNISINOS e SOMOS
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