terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Homossexualidade um estigma a mudar

Por Lídia Craveiro


Por mais teorias explicativas que existam sobre a homossexualidade (biológicas, características psicodinâmicas, influencia social e cultural) ainda sabemos pouco sobre a determinação destes aspectos na determinação da homossexualidade humana. A teoria psicanalítica, que alguns contributos têm dado sobre este tema, nomeadamente a partir das descobertas de Freud sobre a sexualidade e sobre a sexualidade infantil, tem direccionado a sua origem para a influência de conflitos inconscientes no funcionamento consciente, o que, amiúde é alvo de muitas críticas, e pressões para se submeter às convenções sociais. As novas descobertas da psicanálise, baseadas em pesquisas clínicas e empíricas tem refutado as antigas e, ter uma orientação sexual diferente da maioria começa a ser encarado com alguma naturalidade sem ser sentido como uma ameaça e conotado com as parafilias, como era antigamente. A homossexualidade deixou de ser incluída no DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais) na última revisão, como doença mental, no entanto ainda existe um estigma sobre uma orientação sexual diferente da socialmente aceite. Uma referência à homossexualidade ainda é encarada por muitos como um padrão de doença por si só, quase sempre por desconhecimento e ignorância. Podemos falar num espectro largo de orientações sexuais dentro da homossexualidade que reflectem psicodinâmicas diferentes, possivelmente factores etiológicos diferentes e que variam desde a psicopatologia até à saúde mental. Ou seja, ser homossexual não é condição para ter uma patologia de carácter. 

Existem inúmeras observações clínicas que comprovam o contrário e, se assim fosse o mesmo podemos dizer da heterossexualidade que por si só não é condição de saúde mental. A patologia, no ser humano, existe num contínuo que tanto pode ir da homossexualidade à heterossexualidade, ambas nas suas variadas formas, não sendo condição para que exista uma doença psíquica. 

Portanto, considerar a homossexualidade doença, por si, é absurdo e fruto de dogmas mais que ultrapassados.


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